A ASCUT–Justa Paz pretende recrutar para o seu quadro de pessoal um (1) Consultor.
Estudo sobre a inclusão das OCBs nos espaços de consultas comunitária e abordagens inovativas para melhorar a participação e mobilização das comunidades.
A consulta comunitária é uma das principais formas de participação das comunidades na gestão de recursos naturais bem como no processo de tomada de decisão e de preservação dos seus direitos. Portanto, qualquer processo que envolve a titulação do direito de uso e aproveitamento da terra ou a exploração de recursos naturais exige obrigatoriamente a realização de consultas comunitárias com objectivo de assegurar a participação das comunidades locais no processo de tomada de decisão sobre a gestão dos recursos naturais. Para isso, é importante que as autoridades administrativas a nível de distrito, posto administrativo e localidade divulguem os procedimentos específicos para a consulta à comunidade local, de modo a assegurar a participação efectiva das comunidades na gestão da terra e dos recursos naturais.
Apesar da consulta constituir um passo legítimo para a participação das comunidades em processos de tomada de decisão e gestão dos recursos naturais, este nível não proporciona garantias efectivas ao cidadão de que as suas preocupações e sugestões serão tomadas em consideração, pois, caso a mesma não seja combinada com outras modalidades de participação pode apresentar-se limitada.
A Constituição da República de Moçambique (CRM, 2024), no seu capítulo IV, define os direitos, liberdades e garantias de participação política e destaca a importância da participação democrática dos cidadãos na governação do país. Ainda no quadro legal, há que destacar as estruturas criadas no âmbito da descentralização administrativa, mais precisamente a lei 8/2003 de 19 de Maio e o respectivo regulamento, aprovado pelo decreto 11/2005 de 10 de Junho, que cria os conselhos consultivos locais e outras formas e espaços de diálogo entre o governo e a sociedade civil a nível local.
A participação também se faz sentir através dos observatórios de desenvolvimento5 criados em 2003 para serem espaçosonde de discute a implementação dos programas de combate à pobreza. Todavia, a participação não se restringe ao nível da relação entre o governo e sociedade civil, o diálogo se estende ao campo das relações económicas, onde se pode destacar o diálogo tripartido entre o sector privado, governo e sociedade civil que ocorre a todos os níveis.
Os casos acima referenciados dão uma ideia do quão existe uma quantidade razoável de espaços de diálogo, muitas das vezes fundamentados na legislação ou em políticas públicas específicas. No entanto, a existência desse quadro e dos espaços em si não significa necessariamente que o diálogo seja efectivo, em termos de garantia de participação e também de representação dos interesses dos seus intervenientes (Macuane, 2011).
O Projecto SCURN – Sociedade Civil Unida em prol da Agenda Comunitária dos Recursos Naturais, tem como objectivo ampliar a participação efectiva da sociedade civil na elaboração, implementação e monitoria de políticas públicas em matéria de gestão de terras e sector extractivo para o benefício das comunidades. O projecto enquadra-se nas acções do Programa de Apoio aos Actores não Estatais em Moçambique (PAANE II) sobre a participação e monitoria das políticas públicas em matéria de gestão dos recursos naturais, financiado pela União Europeia (UE), e está a ser implementado por um consórcio constituído por ASCUT-CARE como requerente principale restantes parceiros como co-requerentes, nomeadamente: KUWUKA-JDAem Maputo, ACUDES em Inhambane, AMPDC em Sofala, ADEL em Tete, AMA em Cabo Delgado e ROADS em Niassa.
Ao longo da implementação do projecto, tem-se priorizado actividades de facilitação de encontros entre as OCBs e o Governo Distrital para apresentação das suas prioridades de advocacia a serem integradas nos planos distritais do Governo.Entretanto, constatou-se alguns desafios para os líderes das OCBs na qual mostraram que os espaços de participação e critérios institucionais já foram criados no país, mas está em falta a criação decondições para uma participação efectiva, neste caso o domíniotécnicopor parte dos representantesdas comunidades e sociedade civil nas sessões dos conselhos consultivos e nos observatórios de desenvolvimento. Em parte, esta situaçãopode decorrer do facto de as OSCe em particular as OCBs não estarem suficientemente preparadas para uma intervenção efectiva nesses espaços, com o agravante de estarem desprovidas de informação necessária para apresentarem as suas demandas de forma estruturada e sistematizada, no sentido de influenciarem planos, políticas e processos.
Decorrente deste cenário, a ASCUT-CARE decidiu desenvolver um estudo sobre a Inclusão das OCBs nos espaços de consultas comunitária e abordagens inovativas para melhorar a participação e mobilização das comunidades. Para o efeito, a ASCUT-CARE pretende contratar serviços de consultoria com vista a gerar evidências que poderão alimentar acções para a melhoria da inclusão e participação das OCBs nos espaços de consulta e participação comunitária.
Objectivo Geral
Objectivos Específicos
Resultados Esperados
Metodologia
Principais Produtos Esperados
Direitos Autorais
Critérios de Seleção