MADRE CORAJE
MADRE CORAJE
A MADRE CORAJE pretende recrutar um (1) Consultor para Avaliação Técnica Final de um Projecto.
A Fundação Madre Coraje é uma ONGD com sede em Espanha, cuja missão é “Cooperar para o desenvolvimento das comunidades empobrecidas, especialmente no Perú, com base no voluntariado e na reciclagem; através de ajuda humanitária, projectos de desenvolvimento sustentável e educação para uma autêntica cultura de solidariedade, gratuidade e igualdade com denúncia da realidade injusta do mundo e respeito pelo meio ambiente”.
A MADRE CORAJE define a sua estratégia de cooperação para o desenvolvimento em Moçambique através do seu segundo Plano Estratégico no país, actualmente em revisão, que estabelece como prioridades geográficas as províncias de Gaza e Maputo, e como áreas temáticas o desenvolvimento rural, a água e saneamento e a educação.
A avaliação deste projecto surge no âmbito do compromisso existente com a entidade financiadora, a Agência Andaluza de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AACID), de acordo com a obrigação prevista no artigo 46 da Ordem de 21 de junho de 2016 BOJA número 120 de 24 de Junho de 2016.
As conclusões, lições aprendidas e recomendações a serem extraídas da avaliação serão úteis para:
O projecto é implementado na localidade de Ngalunde e Macaneta, distrito de Marracuene, província de Maputo, Moçambique.
O projecto foi formulado em 2022, e a proposta foi então identificada de acordo com os seguintes dados:
O distrito de Marracuene é limitado a sul pela cidade de Maputo, e a leste pelo Oceano Índico. Nos últimos anos, parte do distrito, especialmente a sede e Ngalunde e Macaneta, tem passado por transformações significativas como resultado do crescimento urbano e populacional da área devido à sua proximidade com a cidade Maputo.
O distrito ocupa uma área de 883 km2, e conta com uma população de 149.833 habitantes (um aumento de 76,33% em 10 anos, entre os censos: 2007 e 2017), dos quais 77.524 mulheres (INE). A população está maioritariamente concentrada no interior do distrito, à volta da Vila de Marracuene e nas regiões mais próximas de Maputo, e não nas zonas costeiras.
Marracuene está dividida em 2 Postos Administrativos, Marracuene Sede, ocupa 77% do território e concentra a maior percentagem da população, e tem como principal actividade agricultura e comercial.
Importa referenciar que a proposta incide sobre o Posto administrativo de Marracuene, em 2 das 5 localidades existentes; Ngalunde e Macaneta. Mais ainda, Macaneta está dividida em 6 bairros, dois dos quais são insulares e pouco povoados. Tem uma população total de 5.604 (2.843 mulheres) e 1.313 agregados familiares (Fonte: Localidade). Tem 1 escola secundária e 5 escolas primárias. Por sua vez, Ngalunde tem uma população total de 15.412 habitantes (8.091 mulheres) e 3 bairros. O número de agregados familiares é de 4.363 (Fonte: Localidade).
Embora a lei estatal as proteja, as mulheres e as raparigas não gozam de direitos iguais nos sectores político, social, económico e cultural, o que se reflecte em todas as esferas da vida. Ao nível dos meios de subsistência, elas assumem maiores tarefas e responsabilidades, sendo maioritárias na agricultura, na comercialização e na gestão de pequenos negócios. No entanto, o controlo económico da economia familiar ainda está maioritariamente nas mãos dos homens. O acesso e o controlo da terra estão culturalmente ligados aos homens, e as mulheres perdem completamente esse acesso quando o marido ou um familiar do sexo masculino morre.
As famílias monoparentais chefiadas por mulheres viúvas ou solteiras encontram-se numa situação de extrema vulnerabilidade. No domínio da educação, o analfabetismo é mais elevado entre as mulheres adultas e o abandono escolar entre as raparigas adolescentes. As uniões prematuras continuam a ser uma realidade, apesar da aprovação da Lei de Prevenção e Combate às Uniões Prematuras em 2019.
A agricultura praticada em Macaneta e Ngalunde é maioritariamente de subsistência e desenvolvida por mulheres, destinada ao consumo e à venda (como fonte de rendimento para cobrir as necessidades básicas). Por outro lado, é 100% manual e com insumos precários, o que não permite o cultivo de grandes áreas; o parcelamento e o acesso às terras são inadequados, para a utilização de tractores. Em Macaneta, segundo a comunidade, a tração animal é a mais adequada. No passado, os agricultores possuíam bois, mas devido à peste muitos animais morreram, no entanto, eles afirmam conhecer muito bem essa prática. O acesso à água de irrigação é limitado e intermitente.
As principais culturas são: milho, mandioca, batata-doce, arroz. A produção de legumes é muito limitada, pois requerem água e são difíceis de conservar, processar e comercializar. A agricultura da zona está organizada segundo um modelo associativo, caraterístico do sul do país. Nas duas localidades, há um total de 9 associações com 448 membros (289 mulheres e 159 homens), com potencial para trabalhar 509 hectares de terra. No entanto, o nível de exploração é inferior a 10 %.
O ambiente do distrito é condicionado por: proximidade da capital, presença do estuário do rio Incomáti e proximidade com a Estrada Nacional N.1. Devido à elevada proporção de terras baixas adjacentes ao mar, o distrito é particularmente vulnerável a eventual subida da água do mar, como resultado das Mudanças Climáticas. E, 30% do distrito está potencialmente ameaçado. Os fenómenos de intrusão salina que ocorrem ao longo do estuário do Incomáti podem agravar-se em caso de aumento do nível médio do mar. O que poderá colocar em risco uma vasta área do distrito, cujos terrenos têm altitudes inferiores a 5 metros
A população possui habitações maioritariamente próprias, construídas com materiais locais: tijolo, lama, caniço ou paus.
Em 20216, a cobertura do abastecimento de água no distrito era de 59,40%. O acesso a fontes de água potável continua a ser um problema, havendo zonas onde a população precisa percorrer longas distâncias até à fonte mais próxima.
De acordo com os dados fornecidos pelo Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia (SDEJT), em 2021, o distrito contava com 462 salas de aula, 1623 professores e 80955 alunos. No entanto, mais de 160 turmas funcionam ao ar livre, sem salas de aula e sem carteiras.
A ABIODES é uma organização nacional que trabalha no distrito numa base contínua, com uma vasta experiência, e trabalha em conjunto com Madre Coraje (AMC).
A ASCHA – Associação Socio Cultural Horizonte Azul, é uma organização feminista nacional, criada em 2005, centrada no desenvolvimento de competências para a compreensão e abordagem das questões de género e dos direitos humanos em raparigas, mulheres jovens e adultas, promovendo o exercício pleno dos seus direitos, livres de qualquer forma de violência, opressão e discriminação.
Ambas organizações têm experiência de trabalho conjunta, baseada na integração das questões de género e igualdade nas actividades desenvolvidas pela ABIODES.
Desta feita, o projecto visava melhorar as condições de vida através da capacitação das mulheres em 2 localidades do distrito, desenvolvendo meios de subsistência sustentáveis e ferramentas de resiliência face à Emergência Climática.
Para o efeito, foram desenvolvidas acções de fortalecimento da agricultura de regadio, diversificação da produção, acesso aos mercados, utilização de culturas resilientes e de educação ambiental. O projecto visava ainda, promover a autonomia e empoderamento feminino em 9 associações de agricultores, 4 escolas da zona e espaços comunitários de tomada de decisões. Com efeito, a intervenção implementada em parceria com a ASCHA, organização feminista, e a ABIODES no âmbito dos sectores produtivos, comercialização e promoção da equidade, conta com a participação activa das instituições governamentais, associações e comunidades.
Conforme reconhecido no artigo 46.6 das bases regulamentares, o relatório de Avaliação Final deve cumprir os seguintes padrões de qualidade:
a) Adequação da análise de contexto
b) Adequação da abordagem metodológica e das técnicas utilizadas
c) Fiabilidade das fontes de informação.
d) Adequação da análise das questões e critérios de avaliação.
e) Validade dos resultados e conclusões e utilidade das recomendações.
f) Qualidade da participação na avaliação das entidades envolvidas e da população-alvo.
g) Credibilidade, ética e imparcialidade do processo de avaliação.
h) Adequação do plano de comunicação da avaliação.
Referimos ainda os seguintes objectivos gerais:
A um nível mais específico:
Tipo de avaliação solicitada:
O tipo de avaliação a efetuar será externa, de carácter final, tendo em conta os seguintes elementos-chave
De acordo com os regulamentos que regem a avaliação, o seu principal objectivo será a avaliação dos resultados e dos impactos.
Relevância e Alinhamento
Coerência interna da intervenção e gestão baseada nos resultados
Eficácia
Em que medida as linhas de acção do projecto respondem às necessidades das mulheres, das famílias e da comunidade?
Eficácia
Impacto
Sustentabilidade
Apropriação e reforço institucional
Coordenação e complementaridade (valor acrescentado e concentração)
Género
Sustentabilidade ambiental
Diversidade cultural
Abordagem baseada nos direitos humanos:
Actores envolvidos
Os principais actores envolvidos no processo de avaliação serão os seguintes:
Documentos e informações disponíveis
O interlocutor da Equipa de Avaliação para os aspectos operacionais será o coordenador de Madre Coraje em Moçambique. O Comité de Acompanhamento reunir-se-á com a Equipa de Avaliação antes do início da avaliação, após a apresentação do relatório preliminar e sempre que solicitado por qualquer uma das partes.
As funções deste comité são as seguintes:
Metodologia e calendário da avaliação
O avaliador conceberá a metodologia de avaliação em pormenor. Os principais elementos a ter em conta na conceção da metodologia são os seguintes:
Actividades planeadas
Prazos
Resultado 1: Conceção metodológica e plano de trabalho
O avaliador apresentará um documento inicial que explica o seu entendimento sobre o que será avaliado e porquê, demostrando como cada questão de avaliação será respondida e por meios de que instrumento: os métodos propostos; as fontes de informação sugeridas e os procedimentos de recolha de dados, organizados numa matriz de avaliação. Este documento incluirá um calendário proposto, as fases de avaliação, as actividades e os resultados esperados. O documento deverá ser aprovado pela Madre Coraje para que se possa avançar para a fase seguinte.
Resultado 2: Projeto de relatório de avaliação.
O avaliador entregará um projeto de relatório final que cumpra os requisitos definidos nos ToR e no contrato de avaliação. O Comité de Acompanhamento e os principais intervenientes na avaliação analisarão este projecto para garantir que cumpre os critérios de qualidade exigidos e apresentarão os seus comentários, os quais deverão ser integrados no relatório final.
Resultado 3: Relatório de avaliação final.
O relatório de avaliação final, a ser apresentado em formato digital e impresso (caso não seja assinado digitalmente), deve conter:
1. Introdução: Antecedentes, dados gerais e objectivos da avaliação: apresentar o objectivo do exercício de avaliação, as questões de avaliação finalmente selecionadas e os principais resultados obtidos.
2. Descrição da intervenção avaliada e do seu contexto: breve descrição do projecto e referência ao contexto económico, social, político e institucional em que a intervenção ocorre.
3. Abordagem metodológica e técnicas utilizadas: questões e critérios de avaliação; metodologia e técnicas aplicadas; factores condicionantes da avaliação realizada.
4. Análise da informação recolhida: com base na análise da documentação recolhida, serão apresentadas respostas às questões e critérios de avaliação previamente estabelecidas, de acordo com a abordagem integral da avaliação proposta pela equipa de consultoria.
5. Resultados do processo de avaliação: serão apresentadas as evidências identificadas em relação às questões de avaliação, bem como as interpretações formuladas a partir dessas evidências.
6. Conclusões da avaliação (priorizadas, estruturadas e claras): apresentar as principais conclusões derivadas dos critérios de avaliação estabelecidas.
7. Recomendações e lições aprendidas: com base nas conclusões apresentadas no relatório, serão formuladas recomendações pertinentes, indicando, sempre que aplicável, boas práticas que possam ser replicadas ou adaptadas a outras intervenções.
8. Acções empreendidas para a divulgação da avaliação.
Devem incluir: os Termos de Referência, a metodologia adoptada, os instrumentos de recolha de informação utilizados (formatos), a lista de pessoas/instituições consultadas, o plano de trabalho, a composição e a descrição da missão, a bibliografia, bem como qualquer outra informação considerada relevante.
Em qualquer caso, a Avaliação deve incluir a verificação do cumprimento da matriz de planeamento da intervenção, bem como as fontes utilizadas para o efeito.
O Relatório de Avaliação Final não deverá exceder, em geral, 50 páginas e será acompanhado de um Resumo Executivo com um máximo de 5 páginas. O relatório deverá ser apresentado em espanhol e português e deve ser expressamente assinado pelo consultor responsável pela sua elaboração e entrega.
A cópia em espanhol do relatório final de avaliação deverá ser apresentada em três exemplares originais impressos, a ser entregues à Madre Coraje, no escritório situado na Avenida Salvador Allende, nº 42, Cidade de Maputo, Moçambique. Além disso, será fornecido um dispositivo de armazenamento digital (USB) contendo toda a informação eletrónica da avaliação, incluindo fotografias da actividade de avaliação.
O relatório final de avaliação deverá incluir um mínimo de 100 fotografias da actividade de avaliação, em formato JPG e com resolução aceitável.
Local da avaliação, autoria e publicação
A pessoa singular ou colectiva responsável pela avaliação deve ser sensível às diferenças de género, etnia, idade, orientação sexual, língua e outras. Devem ser respeitados os direitos humanos e as diferenças culturais, bem como os costumes, crenças e práticas religiosas de todos os actores envolvidos no processo de avaliação.
A integridade, a independência, a credibilidade e a transparência da avaliação devem ser asseguradas. A pessoa singular ou colectiva responsável pela realização da avaliação deve trabalhar livremente e sem interferências, e ter acesso a toda a informação disponível, no respeito pelas premissas de comportamento ético e profissional.
Deve ser garantido o anonimato e a confidencialidade dos participantes na avaliação.
A propriedade dos Relatórios de Avaliação pertence à AACID, que pode disseminar e divulgar, no todo ou em parte, o seu conteúdo.
Embora o projecto de relatório possa ser acordado no Comité de Acompanhamento com os restantes intervenientes, a equipa de avaliação deve registar a sua apreciação, mesmo que o beneficiário da subvenção ou outros intervenientes não estejam de acordo. Pode sempre clarificar os pontos em que existem discrepâncias.
A prestação do serviço termina com a aceitação do Relatório de Avaliação pela AACID.
Perfil solicitado à equipa de avaliação
Podem candidatar-se empresas de consultoria ou ONG com pelo menos quatro anos de experiência na realização de avaliações no domínio da cooperação internacional para o desenvolvimento. Esta deve ser claramente comprovada, através da apresentação de um relatório de actividades dos últimos quatro anos.
O consultor deve ter experiência comprovada na avaliação de programas e/ou projectos de desenvolvimento em contextos semelhantes ao local de intervenção.
A equipa de avaliação deve ser composta por profissionais das ciências sociais, incluindo pelo menos um especialista no sector do desenvolvimento rural.
Serão positivamente valorizados os seguintes elementos
Apresentação da proposta e dos elementos de avaliação
Prazo para apresentação das propostas de avaliação
As propostas submetidas após a meia-noite (hora de Moçambique) desse dia não serão consideradas.
Apresentação da proposta técnica
A proposta técnica deve ser enviada em formato Word ou Pdf para os endereços mozambique@madrecoraje.org, rmonje@madrecoraje.org, e fsimbine@madrecoraje.org com o assunto REF 2025_Avaliação_M56_AACID, acompanhada dos seguintes anexos.
Proposta financeira
A seleção das propostas apresentadas será feita com base nos seguintes critérios:
Uma vez selecionada a equipa de avaliação, será solicitada a aprovação da AACID para a proposta selecionada e o respectivo caderno de encargos.
Orçamento e condições de pagamento
O montante destinado à consultoria é de custo total, no valor de 6.000€ , sendo a Fundação Madre Coraje a entidade responsável pelo contratação e pelo pagamento correspondente. Caso o pagamento seja efectuado em meticais, será aplicada a taxa de câmbio vigente na data de receção do valor em Moçambique
Os pagamentos serão efectuados após análise a análise da qualidade e conformidade dos produtos entregues pelo consultor.
A anulação dos pagamentos será efectuada da seguinte forma:
A Progettomondo pretende recrutar para o seu quadro de pessoal um/a (1) Técnico/a Agrónomo. Contexto A Progettomondo é uma ETS...
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