AAssociação PROGRESSO é uma das organizações mais antigas da Sociedade Civil moçambicana. Foi criada a 6 de Março de 1991 como uma pessoa colectiva de utilidade pública, dotada de personalidade jurídica, autonomia administrativa, financeira e patrimonial, e reconhecida pelo Ministério da Justiça em 28 de Março de 1992.
A origem da PROGRESSO está ligada à deterioração da situação socio-económica de Moçambique associada aos efeitos da prolongada guerra que assolou o país pouco depois da Independência Nacional, dos anos 80 ao princípio dos anos 90, que ocasionou uma imensa desestabilização sócio-económica e milhões de deslocados, dentro e fora do país. A isto associaram-se as difíceis condições do programa de reabilitação económica acordadas com as Instituições de BrettonWoods que produziram efeitos negativos em particular nos sectores sociais, demonstrando claramente que as instituições do Estado, por si só, não seriam capazes de responder e apoiar a resolução dos problemas locais, dispersos e específicos para cada zona e região.
Os movimentos sociais eram então pouco actuantes e a figura de “organizações não governamentais” apenas conhecidas pelas inúmeras ONG’s estrangeiras que operavam em Moçambique, algumas de solidariedade, outras apenas vindo atrás dos fundos de emergência canalizados pelos seus países e instituições internacionais para apoio aos refugiados.
A ideia dos que fundaram a Associação PROGRESSO era de trabalhar com as comunidades para que elas assumissem a autogestão dos seus próprios processos de desenvolvimento comunitário. Para tal estabeleceram como objectivos sociais gerais “prestar serviços relevantes à comunidade, dando enfoque especial às comunidades de base, com especial atenção às necessidades das mulheres e crianças, contribuindo na medida das suas forças para o desenvolvimento dessas comunidades, visando a elevação das condições de vida da população e aumento da sua capacidade de gestão.”
Desde o início estava claro para os membros da PROGRESSO que todo o desenvolvimento requer pessoas saudáveis e formadas (princípios fundamentais da PROGRESSO). Por isso, como objectivos sociais específicos foram priorizados os pequenos projectos de iniciativa local, com atenção especial à educação, formação, saúde e agricultura, encorajando o auto-financiamento e o desenvolvimento de actividades vocacionais para criação de postos de trabalho e emancipação económica das comunidades de base.
De referir que a convicção da PROGRESSO de que “todo o desenvolvimento requer pessoas saudáveis e formadas” manteve a sua validade ao longo dos anos, embora possa ter havido diferentes formas de a expressar de acordo com o contexto do momento.